Murphy

Murphy Manuel

Murphs, Smurphy, Murpharrico, …. Acho que havia uma alcunha para cada ocasião, e uma música para cada passeio contigo. Chegaste como uma amostra do que virias a ser, com o teu lado desengonçado e carismático, que nos metia um sorriso de orelha a orelha. Cresceste conosco e fizeste-nos crescer. Ensinaste-nos a simplicidade da vida e que estar lá, mesmo sem falar, é das maiores preciosidades. As palavras são pequeninas para partilhar qualquer descrição sobre a importância que transportavas contigo a cada momento. Tinhas o dom de ser cão e o gozo de ser brisa. És e sempre serás o nosso companheiro de nariz apurado e de gosto particular. A tua vontade de partilha era gigante nos afetos, mas em relação ao teu pão e às tuas paparocas poucos ousavam tocar. O Kit e a Dalila tinham o hábito de provocar os limites e quando te apetecia deixavas os caprichos para dar lugar a cumplicidades vossas. O trio maravilha! Essas eram apenas as extensões visíveis do imenso amor que de ti recebemos e retribuímos. Existem algumas palavras que te tornam único, mimalho, amigo, companheiro, força, perseverança, amor, carinho, confiança, cumplicidade. Outras existem, mas aquelas que estão mais presentes são as que te ligam a nós no cordão dourado dos afetos e na presença para além da vida terrena e do sentir físico. És e serás o exemplo de ligação que transformou a nossa conexão com o mundo, com as pessoas e com as emoções. Por fim a gratidão e a generosidade que estão espalhadas por todas as partículas vivas que fazem deste quadro maravilhoso chamado vida. Agora ficam as memórias dos quase 14 anos ao teu lado, as lambidelas, os mimos, as corridas, as brincadeiras com a bola, os passeios de carro, as idas à praia. Onde quer que estejas agora, sabe que estarás sempre conosco. Quando nos despedíamos de ti, sabendo que o depois era imprevisível, dizíamos até já. Será sempre um até já, pequeno Murphs.

Para sempre, o nosso melhor amigo.

A tua família Pinto.